Chego a casa e sinto necessidade de escrever. Coloco a mão na cabeça e sinto as veias a quererem rebentar tal a intensidade do coração. Escolho um local. Vou para o chão porque a cama me parece demasiado mole, relativamente ao que estou a sentir na minha estranha forma psiquica. Não a quero subestimar. Quero sentir no corpo, o mal desnecessário... mas necessário. Amarguras de uma noite com demasiados pontos negros. Olho o chão, conto os tacos, as listas entre eles, a forma como encaixam, e além de duro, sinto uma certa afinidade com ele na relação entre a dor fisica e psiquica. Uma dor que passa, ao trocar o chão por um colchão confortável. Tudo devia ser fácil como uma opção destas, uma qualquer opção que nos alastra ao bem-estar quando a tristeza é mais profunda do que a dor. Ligo o rádio em busca de um sossego. Na grafonola passa "When A Man Loves A Woman", na voz de Michael Bolton. Oiço com atenção. Sinto uma maior dor do que a provocada pelo chão no meu físico. Quero dormir. Não consigo. Desligo o rádio, e a dor alivia. Enquanto tento adormecer, quero acreditar que amanhã alguém me dirá que este dia não existiu, e foi apenas uma ilusão. Bem, amanhã é um outro dia. Podemos sempre recomeçar o que não deu certo. Espero que seja um dia como de há um mês atrás e nunca pior como o de hoje. Talvez, quem sabe? Ninguém pode prometer. Apenas penso que o acaso vai me proteger. Ou então não.
quinta-feira, junho 22, 2006
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