terça-feira, novembro 11, 2008

Dias sem cor

Há dias assim. Há dias em que acordo mal disposto como tudo e só me apetece partir tudo ou qualquer coisa do género. Sinto um movimento dentro de mim que não explicar bem o que é. Não sei para quando e não sei de quê. Acordei assim. Sinto-me um pai de garotos, mas não tenho garotos. Sinto-me um garoto mas não tenho pais. Sinto-me como um bombo de uma festa, com a auto-vontade de mostrar que assim não é. Parece que sinto que o mundo me deve alguma coisa. Não sei. Talvez um dia esquisito. Talvez um dia mau em que não me apetecia ter acordado assim. Talvez um dia igual a tantos outros que por vezes aparecem, em que o melhor é mesmo não me dizerem nada ou nem sequer ter saído de casa. No fim uma certeza, apenas, a de que escrevo num post-it que colo na parede branca e que diz "Nunca mais te esqueças de certas merdas". Certas merdas que também não sei a que me refiro. Um post-it que irá cair passadas algumas horas. Porque escrevi isto? Confirmo, não sei, mas senti a necessidade de o escrever e o colar para o ver, para me lembrar dos sonhos, porque neles, afinal, nem tudo o que parece bom o realmente é, e nem tudo o que é mal, realmente o parece ser. São sonhos. Espero por dias melhores, mas não sei porque, fica-me no ouvido a expressão "olho por olho, dente por dente". Espero não me esquecer desta merda com a firme certeza de que no meu consciente, em alguns destes dias, sei realmente o que são essas "certas merdas" da vida.

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