Tenho a televisão ligada, e na TVI passa Fiel ou Infiel. Deixo ficar, e mais uma vez vejo o programa como um misto de interesse, e acima de tudo, comédia (ai aquelas orações da bunda). De programa para programa, João Cléber anuncia que este é que vai ser o programa que vai mostrar o que nunca nenhuma televisão portuguesa até hoje teve coragem de mostrar. É sempre o mesmo conteúdo. Nada que chegue aos filmes eróticos franceses da :2, ou aos canais de filme porno. Mas o mais engraçado que pude constactar, é a forma como o público reage. O rambinho deve receber uns 50 euros por programa para fazer aquelas figuras ridículas. Aquelas velhas azeiteiras. Os sedutores são sempre os mesmos, a Catia e o Casinhas. Mas, o que mais gosto de ver, é o que não é pensado nem ensaiado antes do programa, e é apenas um "improviso", julgo eu, pelas reacções das pessoas, que de programa para programa são sempre as mesmas. Se homem e mulher são fieis, todo o público aplaude, e são considerados exemplos. Se o homem trai, o público é unânime: "ele é um gay, é um fraquito, é um toto, não sabe ser homem, é infiel, não merece a mulher que tem, enfim, um ordinário, um reles, um sacana, e que não devia de ter feito aquilo, etc etc". Se a mulher trai, em 70% dos casos as mulheres defendem dizendo: "ele merece que ela o tenha traído, não tem em casa e teve que procurar fora, ele não a merece, ela só fez bem, se fosse eu com um homem como o senhor faria igual, não sabe dar a devida atenção á companheira, etc etc", entre outras desculpas mais ou menos... medíocres."
Das duas uma: ou as mulheres do público não têem em casa um homem, são feias (sempre o foram) e ninguém lhes pega, ou então, talvez seja o caso, enganaram-se no guião, e a sua forma selvagem individual vem ao de cima defendendo não quem por de direito, mas sim a sua classe. A população representada, é um pouco feminista... demasiado feminista. É uma guerra de sexos, e não um teste de fidelidade.
Não volto a ver o show de João Cléber.